quinta-feira, 13 de dezembro de 2012

O Fardo




     Quando a ilusão te fizer sentir o peso do próprio sentimento, como sendo excessivo e injusto, recorda que não segues sozinho no grande roteiro.

    Cada qual tolera a carga que lhe é própria.

    Fardos existem de todos os tamanhos e de todos os feitios.

    A responsabilidade do legislador.

    A tortura do sacerdote.

    A expectativa do coração materno.

    A indigência do enfermo desamparado.

    O pavor da criança sem ninguém.

    As chagas do corpo abatido.

    Aprende a entender o serviço e a luta dos semelhantes para que te não suponhas vítima ou herói num campo onde todos somos irmãos uns dos outros, mutuamente identificados pelas mesmas dificuldades, pelas mesmas dores e pelos mesmos sonhos.

    Suporta o fardo de tuas obrigações valorosamente e caminha.

    Do acervo de pedra bruta nasce o ouro puro.

    Do cascalho pesado emerge o diamante.

    Do fardo que transportamos de boa vontade procedem as lições de que necessitamos para a vida maior.

    Dirás, talvez, impulsivamente: - "E o ímpio vitorioso, o mau coroado de respeito e o gozador indiferente? Carregarão, porventura, alguma carga nos ombros?"

    Responderemos, no entanto, que, provavelmente, viverão sob encargos mais pesados que os nossos, de vez que a impunidade não existe.

    Se o suor te alaga a fronte e se a lágrima te visita o coração é que a tua carga já se faz menos densa, convertendo-se, gradativamente, em luz para a tua ascensão.

    Ainda que não possas marchar livremente com o teu fardo avança com ele para a frente, mesmo que seja um milímetro por dia...

    Lembra-te do madeiro afrontoso que dobrou os ombros doridos do Mestre. Sob os braços duros no lenho infamante jaziam ocultas as asas divinas da ressurreição para a divina imortalidade.

(Emmanuel/Francisco Cândido Xavier, em "Segue-me")
Fonte: CVDEE

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O sol sempre nasce novamente



Há ocasiões em nossa vida que a noite parece interminável.

     É assim quando todas as esperanças parecem ter ido procurar refúgio em algum lugar, menos no nosso coração.
     Não somamos nossas alegrias como somamos nossos problemas.
     Quando passamos por um caminho difícil, fazemos uma revisão do que vivemos e temos vivido e somamos as dores, que parecem crescer a cada lembrança.
     Se, inversamente, fizéssemos o mesmo com nossos momentos de alegria, encontraríamos razões a mais para viver e forças suplementares para sobreviver aos impasses da vida.
     Por mais longa que seja a noite, por mais lento que tenha sido o relógio e por mais dolorido que tenha estado nosso coração, o sol nasce novamente.
     Pouco importa se no dia seguinte ele estará ainda encoberto por nuvens, ele não estará encoberto eternamente.
     A certeza de que algo de bom e bonito existe nos faz guardar ainda acesa a chama dentro do coração.
     Se o sol vai e volta, a lua some e reaparece, as marés baixam e sobem, não há razões para que na vida não demos a volta por cima.
     A natureza é a prova viva de que tudo está em movimento sempre e nós fazemos parte dessa paisagem idealizada e plantada por Deus.
     Tudo é passageiro, as alegrias vem e vão, mas o sofrimento também, até mesmo aquele que se instala no mais profundo do nosso ser, ele também se acalma e deixa um lugarzinho aberto para a doçura de viver.
     Não podemos desistir de ser felizes enquanto o sol não desistir de renascer.